terça-feira, 17 de março de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

O Curioso Caso de Benjamin Button

Direção: David Fincher.
Elenco/Vozes: : Brad Pitt, Cate Blanchett, Tilda Swinton, Julia Ormond, Elle Fanning, Elias Koteas, Jason Flemyng, Taraji P. Henson, Josh Stewart.

Apesar de inevitável, e inerente à natureza humana, a velhice raramente é tratada com preocupação, e talvez nem deva, mas não custa nada refletir um pouco sobre como ficar velho. A frase mais simplória e comum que podemos ouvir sobre O Curioso Caso de Benjamin Button (Benjamin) é que se trata de “uma fábula sobre o tempo”, e os adjetivos não foram escritos com o intuito de diminuir, convenhamos, é difícil resumir um filme em uma única frase.

Benjamin é baseado no conto de Scott Fitzgerald, e conta como seria viver de trás pra frente. Particularmente nunca li o conto, e pra ser sincero achava que essa idéia era de outra pessoa, inclusive recebi algumas vezes por e-mail uma história parecida. Provavalmente você já percebeu que quando um texto é engraçado vem com a “assinatura” do Veríssimo ou do Arnaldo Jabor, independente de quem seja o autor de verdade.

Ao longo dos seus 166 minutos, Benjamin narra a saga de Benjamin Button, uma criança que nasceu diferente, rejeitada ao nascer, que encontra amor e a carinho numa espécie de abrigo/hotel para idosos (o que torna ainda mais interessante o roteiro). Alias, a palavra “curioso” se encaixa perfeitamente em quase todas as situações do filme, como por exemplo, o fato de um recém-nascido não conseguir andar, assim como um idoso no auge dos seus 80 anos. Interessante como existem outras semelhanças entre essas duas fases da vida (!). Grande parte do filme trata sobre como seria viver uma vida normal, porém com a inversão entre cabeça e corpo em relação ao tempo de vida. Praticamente todas as situações são tratadas, desde a virgindade até a demência.

Alguma obras são ditas “definitivas” e/ou “completas” por tratarem um assunto com tamanha segurança e amplitude que pouco temos à acrescentar. Benjamin é assim, e vai além do roteiro, toda a parte técnica é impecável, inclusive efeitos especiais e maquiagem, indispensáveis para o que se propõe o filme. Brad Pitt e Cate Blanchett estão impecáveis, independente de qual seja a fase da vida. Apesar de longo, o filme flui com naturalidade e mantém a linha de interesse do expectador até o fim, mesmo que já saibamos o que vai acontecer.

Benjamin é poético, reflexivo e dramático, sem dúvida um belíssimo trabalho de direção. E as indicações aos prêmios provam isso. Provavelmente um dos grandes favoritos ao Oscar. Visita obrigatória aos cinemas. Como dica sobre o tema fica o livro Memórias de Minhas Putas Tristes, de Gabriel García Márquez. Bem, como uma coisa puxa outra, esse livro é citado em outro excelente filme sobre passagem do tempo, chamado Shi Gan (em inglês virou Time, não sei em portguês), do diretor Ki-duk Kim.

Autor: Jedi

Cinéfilos

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